Quando olhamos ao nosso redor, podemos distinguir, de forma bem geral, coisas da natureza e coisas que nós humanos criamos, não é verdade? À natureza pertencem estrelas, planetas, plantas e animais… E nós, seres da Terra, criamos coisas artificiais a partir de coisas da natureza. Dos lápis aos computadores, de garrafas d’água aos relógios de pulso, os espaços urbanos são povoados por uma miríade de “obras” da criação humana. Esses objetos são o que constituem a nossa cultura, e cada cultura tem os seus próprios objetos. Para Vilém Flusser (1920-1991), filósofo checo-brasileiro, esses objetos culturais podem ser divididos em três grandes grupos: os instrumentos, as máquinas e os aparelhos. E cada um desses grupos impacta profundamente nossas formas de viver, pensar e sentir, e até mesmo na maneira como organizamos nossas sociedades. Veja como a sociedade mudou, e como nós humanos mudamos, com a invenção do celular. Esta série de três obras abaixo nos convida a refletir sobre os diferentes objetos culturais que utilizamos no dia a dia, e sobre como nos relacionamos com eles, nos levando, quicá, a estranhar coisas que talvez não sejam naturais, mas que agimos diariamente como se fossem.