Da mesma forma que a cianotipia é encantadora, ela também é importante para o desenvolvimento de novos conhecimentos, como dentro da educação e da biotecnologia. Sabemos que é muito mais fácil clicar no botão de um celular ou câmera, do que produzir um cianótipo, mas qual a consequência disso?
Segundo Eduardo Kalif, a tecnologia atual é muito imediatista e faz com que não tenhamos tempo de refletir sobre o que estamos produzindo. Com o uso da cianotipia há reflexão na produção de cada etapa do cianótipo, além da produção artesanal ter um encanto e ser prazerosa para quem está fazendo. A técnica pode ser utilizada como ferramenta educativa, para os estudantes estimularem a reflexão através da arte.
Indo para a parte científica, na biotecnologia, por exemplo, alguns estudos já foram feitos para o diagnóstico de infecções bacterianas, que são uma das principais causas de morte no mundo, com o uso de um método baseado na cianotipia. As técnicas atuais demoram muito tempo para detectarem a presença das bactérias, mas com a cianotipia o diagnóstico demora só 3 horas. Mas como isso é possível? A cadeia de transporte de elétrons presente nas bactérias, juntamente com a incidência de luz de baixa energia, inicia a reação entre os precursores adicionados na reação, para a formação do corante azul, assim como ocorre na cianotipia. Os compostos azuis formados podem ser medidos, sendo uma forma simples e barata de detectar a doença.
Com isso, vemos que sim! A cianotipia é uma ferramenta atemporal. Ela já foi importante para o desenvolvimento da fotografia, mas até hoje causa impactos na ciência e na sociedade, seja com sua beleza como com sua técnica.